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A flauta de Eros
Era dentro de si que ele estava.
O tempo todo ali,
flauta invisível, sutil melodia,
o tempo todo tocando dentro de si.
Era a canção predileta dos deuses,
todavia, não se a ouvia,
seus ouvidos voltavam-se para fora.
Lá, ele não estava, fora, ele se perdia.
Vagou por ermos inomináveis,
Dormiu no colo dos sentidos febris,
queria tudo, e tudo era nada...
Perdeu-se na estrada, e agora, retorna,
poesia na ponta da língua,
poeta na alma, como sempre o quis.
Carmen Regina
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