quarta-feira, 2 de março de 2011

A flauta de Eros




Era dentro de si que ele estava.
O tempo todo ali,
flauta invisível, sutil melodia,
o tempo todo tocando dentro de si.

Era a canção predileta dos deuses,
todavia, não se a ouvia,
seus ouvidos voltavam-se para fora.
Lá, ele não estava, fora, ele se perdia.

Vagou por ermos inomináveis,
Dormiu no colo dos sentidos febris,
queria tudo, e tudo era nada...

Perdeu-se na estrada, e agora, retorna,
poesia na ponta da língua,
poeta na alma, como sempre o quis.


Carmen Regina

Nenhum comentário:

Postar um comentário